Perguntas frequentes
1) Que fatores interferem na durabilidade e vida útil dos produtos usados em obras de saneamento?
Qualquer produto, de qualquer que seja o material, que seja empregado em obras de saneamento possui uma durabilidade esperada. Os fatores principais que contribuem para que os produtos tenham uma via útil adequada são:
- Um Projeto estrutural adequado (coerente com a realidade de instalação e com a necessidade de uso do tubo)
- A especificação correta do produto, sempre conforme Normas Técnicas da ABNT
- A Fabricação do tubo adequada (coerente com o projeto estrutural feito) e em conformidade com as Normas ABNT
- A Prática/realidade da execução da obra adequada (conforme especificado em projeto)
- E o posterior uso/ocupação do espaço (ao longo do tempo) sobre a rede instalada, que seja coerente com o projeto de dimensionamento estrutural anteriormente feito.
2) Trabalho em Prefeitura, preciso montar o edital de licitação citando as Normas ABNT?
Com certeza!
Além de garantir o fornecimento de produtos com maior qualidade, rigor técnico,a Prefeitura vai dispor de mecanismos para atestar a qualidade do produto fornecido e caso o mesmo não passe nos ensaios da Norma, a Prefeitura pode até conseguir que o lote seja substituído pelo fornecedor.
Mencionar as Normas Técnicas ABNT dos produtos no edital garante isonomia entre os concorrentes do certame, além do fato que a aquisição de produtos com respaldo em Norma Técnica ABNT é determinada por lei, conforme a Lei nº 4150/62 e o Código de Defesa do Consumidor, por exemplo.
As Normas Técnicas ABNT devem ser utilizadas, principalmente por órgãos públicos, a fim de dirimir gastos desnecessários aos cofres públicos e proporcionar a aplicação de produtos adequados à vida útil da obra.
3) Quais são as Normas Técnicas ABNT dos produtos?
Outro esclarecimento de fundamental importância é com relação às Normas ABNT que regulamentam estes produtos, são elas:
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TUBOS DE CONCRETO (manilhas) - ABNT NBR 8890: Tubo de concreto de seção circular para água pluvial e esgoto sanitário - Requisitos e métodos de ensaios;
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ADUELAS (GALERIAS CELULARES) - ABNT NBR 15396: Aduelas (galerias celulares) de concreto armado pré-moldadas - Requisitos e métodos de ensaios
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POÇOS DE VISITA (ou poços de inspeção) - ABNT NBR 16085: Poços de visita e poços de inspeção para sistemas enterrados — Requisitos e métodos de ensaio;
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ABNT NBR 15319: Tubos de concreto de seção circular para cravação - Requisitos e métodos de ensaio;
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ABNT NBR 15645: Execução de Obras de Esgoto Sanitário e Drenagem de Água pluvial utilizando-se tubos e aduelas de concreto.
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ABNT NBR 16584: Galeria técnica pré-moldada em concreto para compartilhamento de infraestrutura e ordenamento do subsolo – requisitos e métodos de ensaios.
4) Como comprar tubos de concreto?
Para se especificar a compra (ou uma licitação) de tubos de concreto corretamente, é importante constar no pedido de orçamento as seguintes informações:
Passo 1) Indicar a unidade de compra por metro linear.
Existem fábricas que produzem tubos com diferentes comprimentos (1.000 mm, 1.500 mm, 2.000 mm) e, de modo a não direcionar a licitação para uma fábrica específica, recomendamos solicitar os tubos por metro linear. Os comprimentos mínimos estão estipulados em Norma, sendo que para tubos destinados a condução de esgoto sanitário, o comprimento mínimo da peça é de 2 metros.
Passo 2) Indicar o DN (diâmetro nominal) em milímetros.
O DN representa o diâmetro nominal interno da peça, que varia entre 200 e 2.000 mm.
Passo 3) Indicar a finalidade, se para água pluvial (P) ou para esgoto sanitário (E).
Os tubos de concreto podem ser utilizados para diversas finalidades, no entanto, de acordo com a ABNT NBR 8890, estes são separados em duas categorias: água pluvial e esgoto sanitário (ou redes de drenagem, quando comprovada contaminação por esgotos ou efluentes).
Os tubos indicados para esgoto sanitário são produzidos com cimento resistente à sulfatos (cimento RS), possuem um limite de absorção de água menor, tem o comprimento útil mínimo de 2 metros e devem obrigatoriamente ser utilizados com junta elástica, sendo indicados para sistemas estanques.
Já para os sistemas que não tem a necessidade de estanqueidade, pode ser utilizado o tubo para água pluvial.
Passo 4) Indicar se a peça será armada (A) ou sem armação (S)
O que vai definir se a peça será armada, ou não, será a resistência mecânica e o diâmetro da peça (todos os tubos com DN superior a 600 mm devem ser armados obrigatoriamente).
Passo 5) Indicar a classe de resistência (1, 2, 3 ou 4)
A classe de resistência mecânica da peça é referente aos esforços submetidos na peça. Vide pergunta: Como determinar a Classe de Resistência dos Tubos?
Passo 6) Indicar o tipo de encaixe, se ponta e bolsa (PB) ou macho e fêmea (MF)
Por conta da fragilidade do encaixe, os tubos MF só são permitidos com DN acima de 500 mm. Já os tubos PB podem ser solicitados a partir de 200 mm, pois ao invés de uma diminuição de parede na área do encaixe, eles possuem um acréscimo de concreto, tornando o tubo mais resistente. 22
Passo 7) Indicar o tipo de junta, elástica (JE) ou rígida (JR)
A JE é indicada para sistemas estanques e o seu uso é obrigatório no caso de condução de esgoto sanitário, efluente industrial ou redes de drenagem onde comprovada contaminação por esgoto sanitário ou efluentes. A JR é utilizada para sistemas de condução de água pluvial (sem contaminação com esgoto).
Veja exemplos práticos! Faça download do Manual sobre como especificar corretamente tubos de concreto, seja em compras públicas ou privadas, clicando neste link.
5) O que são as classes de resistência dos tubos?
A classe de resistência mecânica dos tubos de concreto se refere a quantidade de carga que o tubo suporta. A ABNT NBR 8890 estabelece as seguintes classes:
Tubos para captação de Água pluvial:
- Para os Tubos Simples existem duas classes: PS1 e PS2
A letra "P" indica que o tubo é para captação e condução de água pluvial e a letra "S" indica que o tubo é simples, ou seja, não é armado ou não tem nenhum reforço estrutural. Os números 1 e 2 indicam a classe de resistência mecânica do tubo, de acordo com as especificações da ABNT NBR 8890. Sempre, as numerações maiores indicam classes de resistência mecânicas maiores, ou seja, um tubo PS2 é mais resistente que um tubo PS1.
- Para os Tubos armados existem quatro classes: PA1, PA2, PA3 e PA4
A letra "P" indica que o tubo é pluvial e a letra "A" indica que o tubo é armado. De acordo com a ABNT NBR 8890, o tubo, independente de sua finalidade, pode ser 3 tipos reforço estrutural com aço:
• tubos armados (com telas e barras de aço);
• tubos reforçados com fibra de aço;
• tubos armados e com reforço secundário de fibras de aço.
Tubos para captação de Esgoto Sanitário: - Para os Tubos Simples: ES
- Para os Tubos armados existem quatro classes: EA2, EA3 e EA4
Aqui vale a mesma regra: numerações maiores indicam classes de resistência mecânicas maiores, ou seja, que o tubo aguenta uma carga maior.
Nota importante: Os números 1, 2 3 e 4 indicam apenas a classe de resistência mecânica dos tubos, não significa que tenham 1, 2, 3 ou 4 armações. A quantidade ou tipo de armadura são definidos por cada fabricante, que deve produzir um produto que atenda a resistência mecânica para a qual foi projetado. Esta é uma dúvida muito comum entre os compradores.
A resistência de um tubo só pode ser quantificada quando da realização do ensaio de compressão diametral. Este ensaio é destrutivo e sempre deve ser acompanhado por técnico capacitado, que represente os interesses do comprador.
6) Como determinar a Classe de Resistência dos Tubos?
A ABTC possui um software específico para realizar esse cálculo. Clique aqui e busque o arquivo: Software da Classe de Resistência para Tubos de Concreto – 2024 (O download e uso do programa são gratuitos).
7) Como escolher o tipo de encaixe e do tipo de junta do tubo?
Em se tratando de tubos para uso em redes de esgoto sanitário, eles deverão ser do tipo ponta e bolsa com junta elástica (sigla: PB JE)
Tubos destinados a condução de água pluvial ou usados em redes de drenagem podem ser de 2 tipos:
- com encaixe ponta e bolsa e com junta rígida (sigla: PB JR)
- com encaixe macho e fêmea e com junta rígida (sigla: MF JR)
A utilização de tubos do tipo PB JE (ponta e bolsa com junta elástica) contribui para a manutenção e durabilidade das redes, pois esses tubos oferecem maior garantia para evitar as infiltrações no solo e alterações nos níveis do lençol freático, além de menor probabilidade de infiltração de solo nas redes, principal motivo de deformação do pavimento do entorno.
As vantagens também existem no momento da construção das redes, pois como eles possuem comprimentos maiores e a instalação dos anéis de borracha que constituem a junta é bastante rápida, as obras com tubos PB JE tem menor tempo de vala aberta, com menores custos de equipamento e pessoal, além de causar menos incômodos à população do entorno.
8) Principais diferenças entre os tubos para captação de água pluvial e esgoto sanitário
Os tubos para esgoto sanitário, em função de sua maior responsabilidade por conduzir líquidos altamente contaminantes, possuem especificações de Norma com maior rigor técnico que os tubos para água pluvial. Este maior controle pode ser observado nas espessuras de parede, no ensaio de absorção de água, no ensaio de permeabilidade e na especificação do tipo de cimento.
Os tubos para esgoto sanitário precisam ser fabricados usando cimento do tipo "RS" - resistente a sulfatos, possuir obrigatoriamente o encaixe do tipo ponta e bolsa (PB) e usar junta elástica para melhor estanqueidade da rede. Esses tubos devem ter absorção de água limitada a 6% da sua massa seca, e ter comprimento útil mínimo de 2 metros.
Entretanto, caso seja constatada a contaminação por esgoto numa rede de drenagem pluvial, os tubos dessa rede de drenagem deve seguir as mesmas exigências dos tubos para esgoto sanitário, descritas acima.
9) O que são tubos de Classes Especiais?
Esse tipo de tubo leva esse nome pois é dimensionado para situações onde há cargas ou carregamentos muito elevados, o que implica em uma classe de resistência mecânica maior do que as previstas na Norma do produto: a ABNT NBR 8890. Nestas situações, dizemos que estamos diante de uma “classe especial” e este tubo deve ser comprado com a especificação clara dos valores das forças mínima isenta de fissura e força mínima de ruptura requeridas em projeto.
Recomenda-se especificar os valores destas forças tanto no pedido de orçamento quanto nas notas fiscais de venda, para dirimir qualquer dúvida futura.
10) As Classes de tubos CA-1, CA-2, CA-3, CA-4 ainda existem?
CA-1, CA-2, CA-3, CA-4 são nomenclaturas antigas dos tubos de concreto. Elas foram desatualizadas em 2003, quando foi criada a Norma ABNT NBR 8890 – “Tubo de concreto de seção circular para água pluvial e esgoto sanitário”.
Como visto anteriormente nessa página, a nova nomenclatura estabelecida por essa Norma separa os tubos destinados à aplicação em água pluvial dos de esgoto sanitário, além de também separar os tubos pela presença ou não de armadura.
Entretanto, ainda há um número considerável de empresas buscando tubos com essa nomenclatura antiga. Isso significa que essas empresas precisam ter conhecimento sobre a existência da ABNT NBR 8890 e sobre as mudanças trazidas por essa Norma, para solicitar um tubo adequadamente.
11) Tubos para drenagem de Obras Ferroviárias
Há muitas dúvidas sobre os tubos de concreto utilizados em ferrovias e é necessário fazer uma breve contextualização antes de esclarecê-las.
A já extinta Rede Ferroviária Federal há muitos anos, criou uma especificação interna para estes tubos, para os diâmetros nominais internos de 800, 1.000 e 1.200 mm, classes F4, F5 e F6, com indicações das espessuras de parede e detalhamento das armaduras. Estas especificações são muito antigas, feitas em um tempo onde os critérios de cálculos do dimensionamento estruturais eram outros e os materiais também. As resistências à compressão do concreto eram especificadas com valores muito baixos, comparados com os atuais, inviabilizando, portanto, sua utilização nos dias de hoje.
Qualquer tubo de concreto, independente das cargas atuantes, local e forma de utilização, deve ser tratado dentro dos requisitos e métodos de ensaios prescritos pela ABNT NBR 8890, atendendo sempre os parâmetros previstos pela ABNT NBR 6118, que estabelece os critérios do dimensionamento estrutural para peças de concreto armado.
Portanto, para dimensionamento destes tubos para drenagem em obras ferroviárias devemos, primeiramente, conhecer a carga atuante sobre o tubo, que, no caso, vem do conhecimento da distribuição de carga do tipo de trem que irá passar sobre a rede. Após isso, são definidas as demais cargas atuantes: altura de aterro sobre a geratriz superior do tubo, base para assentamento e os parâmetros geotécnicos do solo. Com estas informações bem definidas, podemos desenvolver os cálculos, utilizando-se dos mesmos procedimentos dos tubos submetidos a cargas rodoviárias.
A ABTC possui um software específico para realizar esse cálculo. Clique aqui e busque o arquivo: Software da Classe de Resistência para Tubos de Concreto – 2024 (O download e uso do programa são gratuitos).
Por fim, ao se deparar com uma especificação de tubos de classe F4, F5 ou F6, recomenda-se que seja procurado o projetista ou especificador e seja solicitado ao mesmo que elabore um novo dimensionamento estrutural do tubo, pelos motivos anteriormente expostos.
12) Como são dimensionadas as redes de drenagem de água da chuva?
Toda rede de drenagem pluvial deve ser dimensionada hidraulicamente com base em critérios técnicos e hoje, existem diversos processos mundialmente conhecidos. Todos estes levam em consideração a área da bacia de contribuição, um período de retorno compatível com a importância técnica de cada situação em análise, a intensidade da chuva (dada por uma equação determinada para a região em estudo), os níveis de cobertura vegetal ou não da região e muitos outros fatores.
Todos eles fazem parte do dia a dia de empresas de projetos específicos em drenagens. A análise técnica tem que ser específica de uma determinada região e a ausência dela pode implicar em erros consideráveis e custosos, pois os dimensionamentos de redes são baseados na realidade de cada localidade e não possuem valores tabelados, como se esperam encontrar em alguma bibliografia técnica.
Tabela 1- Tubos para Água Pluvial
Tabela 2 - Tubos para Esgoto Sanitário